Nordeste: UFPE vai ajudar a recuperar obras de arte e documentos vandalizados por golpistas em Brasília

Reitor Alfredo Gomes participa de reunião com o presidente Lula na quinta (19). Serão necessários diversos especialistas para recuperar patrimônio histórico e artístico.


A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) se ofereceu para contribuir com a recuperação do patrimônio danificado nos ataques antidemocráticos do dia 8 de janeiro em Brasília.

O reitor da UFPE, Alfredo Macedo Gomes, participará de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com outros reitores de universidades federais, na quinta (19), em Brasília.

Na ocasião será debatida como será a contribuição da UFPE na força-tarefa para a restauração do acervo artístico, histórico e cultural que foi danificado pelos extremistas bolsonaristas e também discutir o funcionamento das universidades.

“Recebemos a resposta da presidência da República, agradecendo a disponibilidade e encaminhando as tratativas junto ao ministério da Cultura”, disse o reitor.

Alfredo Gomes acrescentou que esta “será uma primeira reunião para repactuar as questões relativas ao desenvolvimento e ao funcionamento da universidades, da ciência e da tecnologia e também da assistência estudantil”.

O professor do curso de Museologia da UFPE Bruno Araújo explica que o trabalho de restauração deve reunir profissionais especializados na recuperação de cada tipo de obra de arte.

“Temos uma série de profissionais que estão habilitados a atuar nesse campo. São restauradores em madeira, em papel e em tela. Cada um com sua especificidade”, detalhou.
  

Araújo explica que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) já apresentou um relatório na última semana mostrando os danos ao patrimônio nacional; em muitos dos casos, um dano irreparável.

Para o professor do curso de História da UFPE Pablo Porfírio, a imagem da destruição do relógio de Balthazar Martinot (relojoeiro de Luís XIV), do Século 17, um presente da corte francesa para Dom João VI, carrega um sentido preocupante de ataque à democracia.

“[com] todos os objetos históricos que são destruídos morre um pouco a possibilidade de a gente contar a história do nosso país. É preciso reconstruir os objetos, mas também reconstruir a nossa possibilidade de contar a nossa história”, aponta Porfírio.

Entre os itens danificados ou destruídos pelos extremistas bolsonaristas, está a obra “As mulatas”, de Di Cavalcanti, cujo preço é estimado em R$ 8 milhões.

Também foram danificadas a escultura “O flautista”, de Bruno Jorge, avaliada em R$ 250 mil; e uma escultura de Frans Krajcberg, estimada em R$ 300 mil.

Texto: Nathália Dielú, TV Globo Imagem: reproduzir vídeo Foto: Reprodução/Twitter

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem